UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS
FACULDADE DA LINGUAGEM
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS/LÍNGUA PORTUGUESA
DISCIPLINA: RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ENSINO DO PORTUGUÊS
PROFESSORA: JAILMA DO SOCORRO UCHÔA BULHÕES
RESENHA DO ARTIGO “ BLOGS E AS PRÁTICAS DE ESCRITA SOBRE SI NA INTERNET”.
WALASY DOS SANTOS GOMES
CAMETÁ
2011
TÍTULO DO CAPÍTULO: BLOGS E AS PRÁTICAS DE ESCRITA SOBRE SI NA INTERNET.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
KOMESU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na internet. In: MARCUSCHI, Luís Antônio; XAVIER, Antônio Carlos. (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. 3ª Ed. São Paulo: Cortez,2010.
INTRODUÇÃO: O presente artigo intitulado “ Blogs e as práticas de escrita sobre si na internet” foi escrito pela professora Fabiana Cristina Komesu e publicado no livro “Hipertextos e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido” organizado pelos autores Luis Antônio Marcuschi e Antônio Carlos Xavier. A fim de que se conheça um pouco mais sobre essas três pessoas que foram as grandes responsáveis pela publicação do presente artigo, será apresentado a seguir um espécie de comentário sobre cada autor, destacando sua formação acadêmica, publicações mais recentes e área de atuação.
ANTONIO CARLOS DOS SANTOS XAVIER é doutor em Lingüística pela UNICAMP e mestre em Letras e Lingüística pela UFPE, onde ministra aulas na graduação e pós-graduação. Atualmente, orienta trabalhos nas áreas de Lingüística textual e Semântica, além de desenvolver projetos de pesquisa sobre hipertexto, gêneros eletrônicos e letramento digital. Escreveu o livro Como se faz um texto: a construção da dissertação argumentativa (Edição do autor).
LUIZ ANTONIO MARCUSCHI é titular em Lingüística na Universidade Federal de Pernambuco, onde orienta teses de mestrado e doutorado em diversas áreas da Lingüística. É pesquisador do CNPq desde 1976, ano em que terminou seu doutorado em Filosofia da linguagem pela Universidade Erlangen – Nürenberg – Alemanha. Entre os livros estão: Lingüística de texto: que é e como faz (1983) e Da Fala para a Escrita: atividades de retextualização (2001).
FABIANA CRISTINA KOMESU é doutoranda em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Tem publicado artigos sobre a questão dos gêneros de discurso e a atividade de escrita na Internet, entre eles, o mais recente, incluído no livro Estilo e gênero na aquisição da escrita (Komedi, 2003).
RESUMO: O artigo publicado pela professora Fabiana Cristina Komesu cujo título é “Blogs e as práticas de escrita sobre si na internet” apresenta uma visão bastante interessante a cerca do papel das novas tecnologias digitais no contexto das mais recentes pesquisas na área da Lingüística. A autora inicia seu artigo destacando a importância que essas novas tecnologias digitais ganharam nos últimos anos com o acelerado desenvolvimento tecnológico dos meios de informação e de entretenimento e ressalta, ainda, que tais tecnologias são de interesse das mais diversas áreas de produção do saber. Em seguida, a autora apresenta uma abordagem histórica a cerca do surgimento dos blogs, suas características e peculiaridades, dando ênfase ao espaço que estes ganharam no contexto das intensas transformações sociais e tecnológicas. Para a autora, o mais interessante no estudo dos blogs é o fato de pessoas que não são especialistas em informática poderem criar uma página pessoal, onde seus relatos e escritos possam ser atualizados sempre que essa pessoa julgar necessário e importante. O artigo faz uma abordagem sobre tempo, espaço e interatividade na constituição dos blogs, destaca a sua aproximação com os diários tradicionalmente escritos e apresenta as peculiaridades dessa nova modalidade de interação humana como sua flexibilidade, fugacidade e dinamicidade. A autora conclui seu artigo afirmando que a comunicação mediada por computador é uma das praticas de interação mais instigantes e desafiadoras da atual sociedade, uma vez que pode fornecer respostas para nossas questões mais subjetivas.
CRÍTICA: O estudo a cerca do gênero digital blog feito pela professora Fabiana Cristina Komesu é bastante interessante e questionador a cerca do surgimento e difusão de novas formas de comunicação e de interação na atual sociedade informacional. A autora apresenta definições bem objetivas sobre os pontos mais importantes do assunto, fazendo com que estes sejam facilmente compreendidos; além do mais, o texto se destaca por apresentar um grande numero de referências à textos de outros autores consagrados na área como Bakhtin (1997), Debray (1993), Lejeune (2000) e Marcuschi (2001), os quais tornam a obra bastante atual e ao mesmo tempo reconhecida pelos tradicionais pesquisadores que estudam o assunto.
Em linhas gerais, o artigo satisfaz as necessidades de um texto cientifico, apresentando inúmeros dados e pesquisas sobre o tema em questão, os quais enriquecem ainda mais os argumentos apresentados pela autora. Entretanto, o artigo pecou quanto ao estudo do contexto social do blog, uma vez que resumiu-se a apresentar as características do mesmo e a sua importância no contexto das atuais transformações tecnológicas e culturais, mas deixou de lado as conseqüências dessas transformações para a vida das pessoas que criam ou que utilizam essas páginas de relacionamento. Apesar dessas pequenas falhas, o texto como um todo abordou magistralmente a questão da criação e da utilização dos blogs, ressaltando a riqueza lingüística e a interessante convivência entre as múltiplas semioses textuais presentes nos mesmos, como os recursos visuais ( imagens, fotos, desenhos, animações), sonoros ( músicas, principalmente) e áudio-visuais (videoclipes, principalmente). Apresentou ainda uma analogia bastante interessante entre este gênero digital e os antigos diários pessoais, destacando a transformação no modo como as pessoas estão se expressando, e como elas estão se relacionando com outras pessoas, nas mais diversas partes do planeta.
No artigo “Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital”, Luís Antonio Marcuschi (2002) aborda a questão dos “novos” gêneros textuais que emergiram com o acelerado desenvolvimento tecnológico das ultimas décadas. No artigo, os blogs são definidos como “ diários pessoais na rede;uma escrita autobiográfica com observações diárias ou não, agendas, anotações, em geral muito praticados pelos adolescentes na forma de diários participativos.” Podemos observar que tal definição é bastante próxima a apresentada pela autora Fabiana Cristina Komesu, acrescentando à esta a questão da grande participação dos adolescentes na construção e manutenção destas paginas de relacionamento.
Marcuschi (2002) em seu artigo citado anteriormente, acredita que “com o surgimento dessas novas tecnologias de comunicação e de entretenimento, existe a necessidade de se criar novas tecnologias de escrita, como por exemplo os hipertextos. Além do mais, seriam necessárias revisões nas noções de linearidade, estrutura, coesão e coerência textual, uma vez que estas novas tecnologias possuem outras necessidades, e não mais apenas as de um texto escrito, por exemplo.
Tomando por base as informações apresentadas ao longo deste trabalho, podemos concluir que a atual sociedade vem passando por uma constante transformação, inclusive no modo de ver o mundo e de se relacionar com o outro. Diante dessas grandes transformações, assentadas principalmente no uso e difusão das tecnologias de informação, a forma de interação entre as pessoas também vem passando por mudanças, uma prova disso é o exponencial aumento no número de pessoas que se comunicam com o mundo todo através de páginas de relacionamento na web, como é o caso dos blogs. No tocante a essas transformações, cabe a cada cidadão ter consciência da importância e conseqüência da utilização dos mais variados recursos tecnológicos na vida humana, não se esquecendo da contribuição destes para a mundialização do conhecimento e da informação.
É muito interesante essa discusão sobre o gênero digital blog.
ResponderExcluirCOM o aumento do uso de tecnologias o docente assume um novo papel. Ele não é mais o detentor sozinho da informação. O seu aluno também tem acesso às informações. No entanto, o aluno encontra-se diante de infinitas possibilidades de construir seu conhecimento. Mas nem sempre tem o discernimento de separar o conteúdo bom do conteúdo ruim.
ResponderExcluirO professor bem preparado pode orientar seus alunos a navegar em sites previamente selecionados. Auxilia o aluno a compreender o que é essencial dentro das centenas de informações recebidas ao se acionar o motor de busca do Google.
O professor deve fazer a seleção do que realmente é informação útil para o aluno.